por Andréia Kisner
Seu paciente e/ou aluno tem esta queixa constante de dor e trigger point? Você já fez de tudo que sabia para ajudar seu paciente e a dor acaba voltando?
Lá vai a dica preciosa.
Mas antes vamos relembrar qual a definição de Síndrome Miofascial.
“A síndrome miofascial é uma síndrome de dor musculoesquelética, não articular, causada por pontos de gatilho miofasciais (MTrPs) localizados no músculo, fáscia ou inserções tendíneas.”
Simons propõe uma hipótese integrada de uma sequência de eventos, incluindo uma “crise de energia” das fibras musculares causando uma contratura sustentada do sarcômero.
Níveis diminuídos de trifosfato de adenosina causados por redução o fluxo sanguíneo, leva as fibras musculares a um déficit de energia para devolver o cálcio ao retículo sarcoplasmático, resultando em um estado de rigor onde essas fibras musculares são incapazes relaxar.
Esta situação leva ao aumento da demanda metabólica, resultando em hipóxia e liberação de histoquímicos nocivos, que podem ser responsáveis pela dor associada aos MTrPs ativos.
Aqui tem uma pegadinha, focamos em todo este processo de formação do trigger point e acabamos desenvolvendo estratégias para os eliminar. Mas preste atenção na etiologia abaixo.
“Muitos hipóteses foram propostas para o desenvolvimento e persistência da dor por MTrP. Esses fatores incluem anormalidades anatômicas, vários hábitos posturais, atividades laborais que causam tensão excessiva em um músculo específico, tendão ou ligamento, disfunções endócrinas, estressores psicológicos, distúrbios do sono e falta de exercício.”
Aqui na etiologia já está o também o tratamento.
A pergunta antes de qualquer abordagem terapêutica, deveria ser quais são os fatores que estão contribuindo para a “síndrome” em questão. Assim eu já saberei o que é necessário para a sua resolução.
Eu sou fã da Liberação Miofascial no conceito integrativo, porque buscamos as causas, não somente mecânicas.
E assim, podemos SIM conduzir nossos pacientes no caminho da cura.
Para isso, precisaremos de um olhar global, integral.
Porque nosso corpo está todo conectado, cada célula se conecta com a célula ao seu lado. Esta conexão é feita pelo tecido conjuntivo, a fáscia.
Já sabemos que a fáscia é um tecido plástico, ou seja, modificável, adaptável. Ela responde às demandas que impomos no nosso dia a dia. E pode se tornar mais densa e viscosa, diminuindo a amplitude de movimento do corpo em um segmento ou vários. As pessoas em geral, referem após uma sessão de liberação miofascial, sentirem o corpo mais livre, leve, solto.
Outra questão importante para levarmos em consideração, é o fato da fáscia ser rica em mecanoceptores, entre eles, as terminações nervosas livres, que podem se tornar nociceptoras quando o tecido fascial está alterado e contribuir para os quadros de dor.
Minha outra dica: o corpo humano é complexo e não complicado. A solução não precisa ser complicada. Muitas vezes a melhor solução é tão simples que não a percebemos. E como vamos perceber se não olharmos?
Artigo de referência: Malanga GA, Cruz Colon EJ. Myofascial low back pain: a review. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2010 Nov;21(4):711-24. doi: 10.1016/j.pmr.2010.07.003. PMID: 20977957.
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