Nova medicina espacial a serviço da cura moderna

Como estes termos se aplicam ao nosso dia a dia? 
Para que aprender tudo isso? 
O que um designer tem a ver com  terapia manual?

Estas foram perguntas que me fiz várias vezes quando comecei esta jornada. E confesso, foi difícil pra mim compreender como tudo isso funciona!

Por isso resolvi escrever de forma simplificada como todo este conhecimento pode nos ajudar a desenvolver novas e precisas estratégias de tratamento para nossos pacientes.

Dividi o aprendizado em partes: primeiro “dissequei” os Trilhos Anatômicos de Thomas Myers – e isso me mostrou de que forma nossa anatomia está conectada.  Através de dez caminhos de intercomunicação miofascial, os quais Thomas Myers denomina divertidamente de “Trilhos Anatômicos”. Através destes caminhos é possível ver como a fáscia do pé, por exemplo, está ligada aos músculos subocciptais. ?

Depois, me perguntei: – OK, agora, como tudo isso funciona? 

Aí entrou o conceito de TENSEGRIDADE, que mudou completamente a forma como vejo o corpo humano!


A “TENSEGRIDADE” foi cunhada a partir da frase “integridade de tensão” pelo designer R. Buckminster Fuller.

Trata-se de estruturas que mantêm sua integridade em virtude, principalmente, de um equilíbrio das contínuas forças de tração tecidas através da estrutura em vez de depender das forças de compressão contínua como qualquer parede comum ou coluna.

Veja a figura acima do modelo de Tensegridade do Corpo Humano: os ossos estão flutuando no espaço e estão sendo mantidos presos pelo equilíbrio dos elásticos – que nesse caso são os músculos e a fáscia.

Não estamos acostumados a ver as coisas desta forma, mas sim como estruturas de compressão contínua, assim como são construídas as  casas – e então pensamos também no corpo desta forma.
O padrão é pensar que o peso cabeça repousa sobre a sétima vértebra cervical, a cabeça e o tórax repousam sobre a quinta vértebra lombar e assim por diante até os pés, que devem suportar todo o peso do corpo e que transmitem o peso para a terra, como uma pilha de tijolos até o chão.

Há duas formas de sustentar objetos no nosso universo: tensão ou compressão, suspensão ou suporte. Paredes suportam um tijolo em cima do outro para criar uma estrutura de compressão contínua. Um guindaste suspende objetos por meio da tensão no cabo. Fonte: Trilhos Anatômicos, de Thomas Myers.

Essa visão nos traz uma nova forma de vermos nossos corpos, de uma forma conectada e não apenas músculos isolados exercendo uma única função.

Com a tensegridade incluída como parte do nosso pensamento e modelagem, sua lógica arquitetônica convincente está levando-nos a reexaminar toda a nossa abordagem de como os corpos iniciam o movimento, desenvolvem-se, crescem, mudam, estabilizam, reagem ao estresse e reparam lesões.

Quando você vê o corpo desta forma, passa a ver muitas coisas. Você vê que o problema no quadril pode na verdade ser encontrado no arco do pé, que o problema de um lado do pescoço pode estar ligado a caixa torácica do outro lado.

Você começa a ver como as interrelações anatômicas  atuam no corpo.
A posição vertical do esqueleto depende de forças tensionais geradas pelas fáscias, do tônus e da contratilidade dos componentes musculares e da pressão hidrostática exercida pelos compartimentos fasciais. As estruturas ósseas funcionam como vigas rígidas, cuja posição e movimento são determinadas por feixes de contenção (componentes miofasciais) conectados a elas.

A integridade de uma unidade de tensegridade depende da força tensional aplicada a esse feixe de contenção, não da força compressiva ou do equilíbrio estático das vigas rígidas (esqueleto).

Como assim? Quem dá a direção dos ossos são os ‘cabos miofasciais’ ??? ? 
Sim, isso mesmo.

As relações entre fáscias, músculos e estruturas ósseas constituem as unidades de tensegridade do corpo. Mais peso é suportado pelo sistema conectivo de cabos do que pelas vigas ósseas. 
A partir desse ponto de vista, pode-se facilmente entender como os cabos fasciais são cruciais ao comprimento apropriado de todo o sistema. Um cabo excessivamente curto na região lombar afetaria negativamente todo o equilíbrio da coluna vertebral e do crânio.
A partir de todo este conhecimento, já não era mais possível pra mim, atuar somente nos pontos de dor do meu paciente, e assim desenvolvi um método de atuação, baseado não somente em todo este novo conhecimento, mas também nos resultados que já vinha obtendo com a forma de aplicação da liberação miofascial.

O Método Andréia Kisner

O Método Andréia Kisner de Liberação Miofascial Integrativa consiste em:

– Olhar o todo, dar atenção inicialmente para a parte que está “gritando” (doendo) e trata o todo, a partir de uma leitura corporal e da história do paciente 

– Segue os mapas dos trilhos anatômicos 

– Faz aplicação de uma pressão intensa de forma lenta, gradual e  de forma sequencial 

– Por exemplo, nesta imagem vemos uma cabeça bem posicionada onde há um equilíbrio entre o esternocleidomastoideo (ECOM) e o esplênio. O elevador da escápula corre paralelo ao esplênio e está bem situado para contrabalançar qualquer tração anterior nas cervicais ou na cabeça.

-O problema é que a escápula não é uma base firme de apoio, e quando o pescoço vai para frente ela é tracionada na parte de trás do pescoço. Os pacientes com frequência relatam dor e pontos-gatilho na inserção inferior do levantador, atribuindo-os ao “estresse”, quando a causa real é sua reação à postura da “cabeça para frente”, sendo ela própria uma reação comum ao estresse. 

-Diante desta imagem qual estratégia usar? Se é o ECOM quem gera o desalinhamento e o arrasto da escápula e hiperativação do elevador da escápula, resolve eu somente trabalhar o elevador da escápula? CERTAMENTE que não!

-Por isso OLHAMOS PARA O TODO, tratando sim, o ponto de dor, mas já agindo imediatamente nas causas destes pontos de dor. Como diz Daiane Lee: Quem grita não é o ladrão” 

-Uma boa estratégia seria liberar o ECOM, escalenos e peitorais. Obviamente terão outras descompensações pelo corpo e precisarei traçar uma estratégia de ação. Neste caso, o que está postura corporal me diz é q existe um encurtamento da Linha superficial anterior, então começaria por ela.
Em cada sessão faço uma “leitura corporal” e trabalho com a liberação miofascial alterando a densidade do tecido fascial nas regiões que esta leitura me traz.

Os resultados já são percebidos ao final da sessão! Já se vê um corpo mais organizado, alívio de dor e liberdade para o corpo como um todo. ?
O que achou? Ficou curiosa(o)? Coloque seu comentário, vamos conversar!

1 comentário em “Nova medicina espacial a serviço da cura moderna”

  1. Inês Reginatto

    Nossaaaaa!!! Simplesmente real essas informações. Pensar fora da casinha ajuda muito. Obrigada pelas dicas.

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