As dores na lombar e na cervical são as principais responsáveis pela minha agenda cheia. Agora nem tanto, em razão do nosso isolamento pelo COVID, mas antes sim.
Sabemos que suas causas são multidimensionais. Hoje já temos conhecimento suficiente para compreendermos que a dor vai muito além de uma causa musculoesquelética. Mas, sem dúvida, ela tem sua contribuição, e cabe a nós terapeutas manuais e do movimento atuarmos sobre ela.
Em qualquer problema em qualquer região do corpo, a estrutura como um todo deve ser avaliada.
Quando avaliamos a estrutura do corpo do nosso paciente é importante perceber que a alteração pode ser: 1) primária, significando que aquela é a região do problema, ou 2) secundária, significando que é causada por outra alteração na estrutura do corpo, em algum outro lugar.
As alterações da coluna podem ser primárias, entretanto é muito frequente que as alterações no posicionamento da pelve contribuam pra isso.
Esses desvios posturais da coluna lombar, como a inclinação anterior da pelve, causam uma redução nas funções biomecânicas próprias da coluna e levam a um aumento no stress corporal.
Especificamente, a coluna lombar em hiperlodose é menos capaz de absorver choques durante a caminhada e a corrida, resultando em grandes ondas de choque que levam à compressão na coluna torácica, pescoço e cabeça. Uma coluna lombar em hiperlordose resulta em grande estresse sobre as articulações fascetárias e os discos posteriores da coluna lombar, predispondo o paciente a síndrome fascetária, degenerações articulares e patologias discais.
Qualquer alteração no posicionamento da pelve influenciará a posição da coluna. Portanto, quando um paciente apresenta alguma alteração no posicionamento da coluna, é essencial avaliar a posição da pelve.
Lembrando que a pelve está também conectada aos membros inferiores e aos pés.
Perceba no exemplo da imagem deste post que a pelve está inclinada para esquerda, ou seja, o lado direito está mais elevado.
Esta alteração pode ocorrer pela musculatura que tem como função a flexão lateral da coluna, como o quadrado lombar, por exemplo. Mas também pela ação do adutor ipsilateral, e/ou contralateral. Veja no lado contralateral que os abdutores, que fazem parte da linha lateral, também contribuem “puxando” a pelve para baixo do lado esquerdo.
Lembre de olhar para o restante do corpo do seu paciente, está tudo conectado, dificilmente encontraremos somente uma alteração estrutural.
Olhe para o padrão global e trate também globalmente.
?Avaliar, avaliar e avaliar.
?Então, se o seu paciente não está melhorando ou melhora e a dor volta, avalie-o globalmente. A chave do sucesso do seu tratamento, pode estar em outra região.
Ja pensou nisso?
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